A arguida, uma empregada de balcão reformada, está acusada dos crimes de violência doméstica, homicídio na forma tentada e sequestro.
O companheiro da arguida também optou por não prestar declarações, tendo apenas referido que os dois voltaram a viver juntos e que a mulher "melhorou bastante" com a medicação que está a tomar.
A acusação do Ministério Público (MP) refere que desde 2015 a arguida passou a sentir sentimento de posse e ciúmes sobre o marido, acusando-o de ter relações extraconjugais.
Durante estas discussões movidas pelos ciúmes, a arguida arremessava objetos contra o marido, chegando a ameaçá-lo de morte.
O episódio mais grave ocorreu no dia 21 de setembro de 2017, pelas 21:00, no interior da residência do casal, em Estarreja, quando a arguida perfurou a zona abdominal do companheiro com uma faca que foi buscar à cozinha.
O ofendido solicitou então à arguida que chamasse uma ambulância, mas esta terá recusado, tendo fechado as portas da casa para o impedir que saísse e contasse o sucedido e tirou-lhe o telemóvel, impedindo-o de pedir ajuda.
A vítima só viria a ser socorrida na manhã do dia seguinte, quando a arguida chamou uma ambulância, após o ofendido ter começado a gritar devido às dores cada vez mais intensas que sentia.
A acusação refere ainda que a arguida padece de "doença psiquiátrica crónica com perturbação delirante" e, no momento em que praticou os factos, estava "fortemente limitada" na capacidade de discernimento da ilicitude do seu comportamento.
O MP pede que a arguida seja declarada inimputável e sujeita a medida de segurança de internamento em estabelecimento adequado.