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Correio da Manhã

Opinião
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Histórias reais

Entrou apreensiva no banco e saiu de lá assustada.
Paulo João Santos 3 de Outubro de 2021 às 00:33
A mulher, na casa dos 40, entrou no banco com um ar apreensivo e saiu de lá assustada. Acabaram as moratórias, começaram os problemas para milhares de famílias e empresas. "Afinal, quanto é que vou pagar por mês?", questionou, a dada altura da conversa, que deveria ser privada, mas que era perfeitamente audível, por força do balcão improvisado no meio de dependência, próximo das caixas multibanco.

O bancário lá foi explicando a situação, que a senhora tinha recorrido a uma moratória, que era preciso ter isto e aquilo em consideração, acabando por introduzir no diálogo dois elementos que baralharam a cliente, a alteração da data de pagamento e qualquer coisa a ver com juros. Parasitas da atenção, pois não respondiam à pergunta que a levara ali e daí a insistência: "Sim, mas quanto é que vou pagar por mês, isso é que me interessa saber".

Desconheço o montante indicado, mas percebia-se pela expressão do rosto que fazia contas de cabeça mais rápido do que uma calculadora. Muito ou pouco, aquele dinheiro fazia-lhe mesmo falta e não era para um imprevisto ou para uma qualquer extravagância, fazia-lhe falta para a vida do dia a dia.
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