O próximo presidente da Câmara de Lisboa ganhou as eleições contra todas as expetativas. Nas últimas semanas, acumulou presságios de derrota. As sondagens arrasavam-no. Os debates com Medina correram-lhe mal - ou pelo menos criou-se essa ideia. Finalmente, a campanha correu morna, entre os milhões da bazuca, o ataque de Costa à Galp e a suposta crise de sucessão do PSD.
A tudo isto Carlos Moedas sobrepôs o contacto direto com os lisboetas descontentes com a governação. As trapalhadas que rodearam Medina, dos dados para a Rússia às buscas da PJ, e, no final, a polémica com a presidente de junta de Arroios, foram levadas pelas redes sociais até ao eleitorado jovem, mais atreito ao voto de protesto.
E assim, um político com imagem de pouco carisma obteve uma das mais inesperadas vitórias da democracia em Portugal. Por força do voto democrático, transformou-se na boa moeda da direita, e altera os dados do jogo político.
Acabaram os jogos florais sobre a sucessão de Costa no PS. Moedas provou que é possível a direita ganhar eleições sem o Chega.
Isso faz dele o líder da oposição em exercício em Portugal.n