Num passo apressado para a normalidade, o País não estranha as medidas de segurança que tem de cumprir, hoje, no exercício da cidadania.
A Covid-19 baralhou vidas e rotinas e, muitos meses volvidos, instituiu hábitos que o eleitor não questionará. De gel em punho, com a própria caneta e protegidos por uma máscara, o dever cívico cumprir-se-á num claro sinal de que não há obstáculos inultrapassáveis quando está em causa um propósito maior.
Hoje, os eleitores portugueses são chamados às urnas para definir o futuro das suas autarquias.
Do poder local ao qual cabe a primeira relação de proximidade com a população, com impacto imediato na sua qualidade de vida, no bairro, na cidade e nas rotinas das famílias.
Uma escolha importante e que carece de uma mobilização que não se tem visto nas últimas décadas. Em 2017, 45% dos eleitores não compareceram nas urnas. Em 2021 não se prevê que a abstenção esteja perto de acabar. Mesmo quando provámos, nos últimos dois anos, ter capacidade de união e mobilização no combate a uma pandemia, entendendo a importância de tomar uma decisão individual, consciente, com natural impacto social e no bem-estar dos outros.
E neste período difícil da nossa história, onde quebrámos laços e perdemos muitos dos nossos, parecemos não ter aprendido a lição por completo descurando outras obrigações. Há momentos que necessitam da nossa melhor versão. E a democracia é o melhor que existe entre nós. Acarinhemos. Hoje é dia de votar.