Como acontece com muitos portugueses, o futebol devolve-me o meu pai. A última conversa que tivemos foi sobre o Figo – “Está velho”, riu-se o homem de 81 anos deitado numa cama de hospital. Imagino o que diria de Ronaldo. Segundo o meu pai, há que ter sempre cuidado com a Alemanha. Uma vez, no Estádio Nacional, a equipa alemã entrou para aquecer e o público começou a vaiá-los, mas eles não ligaram: fizeram um círculo, começaram a passar a bola, em perfeita sincronia, como se fosse natação artística e, pouco a pouco, foram calando a malta.
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