Dar lugar a advogados no órgão disciplinar do Ministério Público é como ter a raposa a guardar o galinheiro. Ou o Sporting a nomear dirigentes do Benfica, Jorge Jesus a escolher o onze do FC Porto, António Costa a escolher o líder do PSD – ops!, esta última metáfora peca por falta de contraste.
Só os advogados e os políticos, que lhes encomendam a cerzidura das leis, podem achar natural que quem cobra honorários por defender cidadãos contra as acusações do Ministério Público depois se possa sentar para participar na decisão das promoções e processos disciplinares dos seus opositores quotidianos.