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Eduardo Dâmaso

Poeiras há muitas

O crime económico em Portugal tem uma coutada de impunidade.

Eduardo Dâmaso(eduardodamaso@sabado.cofina.pt) 31 de Março de 2021 às 00:33
Nestes dias de invasão das poeiras do deserto africano, que reduzem a qualidade do ar que respiramos, lembro-me de outras poeiras.

Há dez anos, o CM lançou uma petição que pedia a criminalização do enriquecimento ilícito.

Teve o apoio de mais de 50 mil portugueses e os partidos foram obrigados a ir a jogo.

Discutiu-se mais do que se fez. Funcionou a velha combinação da falta de vontade política com o tradicional ‘problema jurídico’, neste caso de constitucionalidade.

Uma poeira de grande densidade cobriu o tema. É certo que as excelentes lideranças de Joana Marques Vidal e Amadeu Guerra na PGR e no DCIAP permitiram, por outros caminhos, obter bons resultados no combate ao crime de colarinho branco.

Mas isso foi chão que deu uvas. Hoje, o crime económico tem uma coutada de impunidade.

Quando o próprio Presidente da República, na recente campanha eleitoral, dizia que o combate à corrupção não está parado, depois de Joana Marques Vidal ter saído de PGR, porque há resultados nos casos de Tancos, operação Marquês e BES, está a atirar-nos poeira espessa e persistente para os olhos, para que não vejamos o evidente: o combate à corrupção em Portugal parou. Será de vez?
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