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Eduardo Dâmaso

Pouca vergonha

A ministra chega atrasada à urgência de evitar as mortes nos lares.

Eduardo Dâmaso(eduardodamaso@sabado.cofina.pt) 18 de Março de 2021 às 00:32
A ministra do Trabalho e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, anunciou no Parlamento mais uma grande vitória do Governo no combate à pandemia. Na semana de 8 a 15 de Março, conseguiu reduzir a mortalidade nos lares, por Covid-19, em 98%. "Uma das taxas mais baixas da Europa", disse.

Notícias destas são boas mas a ministra chega atrasada à urgência de evitar uma mortandade nos lares. São notícias que não devem ser travestidas com o veneno da propaganda e com o objetivo evidente de ofuscar o histórico do Governo nesta frente de luta. E o histórico do Governo e de algumas instituições do setor social nesta questão é criminoso.

A 1 de fevereiro, registavam-se 3574 mortes nos lares. Aqui, morreu-se solitariamente, em cenário de abandono e privação, perante a indiferença geral e a atroz incompetência do Governo e do Estado em garantir um mínimo de dignidade na morte. Debitar agora estatística a suportar uma narrativa de alegado e insinuado sucesso é, no mínimo, uma pouca-vergonha, que define as sinistras prioridades políticas de um Governo. No máximo, é um erro político de que não nos devemos esquecer na hora de votar.
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