Perante a dimensão astronómica das fraudes e dos buracos originados pela banca nas últimas décadas, João Rendeiro é aquilo a que se pode chamar "um pequeno banqueiro".
Porém, as últimas 48 horas elevam-no a uma outra dimensão.
Ao fim de tantos anos, tantas diligências, tantas oportunidades para acautelar um desfecho como este, é quase anedótica a forma como Rendeiro, condenado a uma pena de prisão com trânsito em julgado, consegue escapar ao castigo que lhe foi aplicado por um dos seus crimes.
Ao fugir para o estrangeiro para fintar definitivamente a Justiça, João Rendeiro passa a ser símbolo vivo do fracasso da Justiça e do nosso Estado de Direito.
Não contente por colocar a nu a fragilidade das instituições, Rendeiro ainda alega legítima defesa.
E dessa forma ri-se da nossa impotência.