"Face a estes resultados existe clima para falar de mudanças dentro do maior partido da oposição? Na minha opinião, apesar das sondagens relativamente a legislativas continuarem sofríveis, apesar de continuar a achar que Rio não é um líder mobilizador e entusiasmante, na política, como no futebol, as vitórias acalmam as claques", escreveu o antigo autarca de Gaia, na sua conta na rede social Facebook.
Por isso, considerou, mesmo os que pensam como ele em relação a Rio terão de "democraticamente reconhecer que o resultado foi suficientemente bom para dar margem de manobra para uma reeleição"
"E eu goste ou não goste do líder, e não aprecio de todo este, desejo em primeiro lugar o sucesso do PSD", afirmou.
Menezes, que presidiu ao PSD por menos de um ano entre 2007 e 2008, retira ainda "outra lição" das eleições autárquicas de domingo.
"Ficou claro que a alternativa ao poder nacional socialista reside no PSD e na sua aliança de histórica com o CDS. Tudo o mais é, por agora, paisagem e nuvem transitória. Ruído", defendeu.
O antigo autarca reconhece que as eleições tiveram um resultado "inesperado", porque para o PSD "cantar vitória teria que encurtar substancialmente a diferença que o separava do PS e tinha que somar meia dúzia de câmaras relevantes ao seu pecúlio".
"Conseguiu-o. Aproximou-se muito do PS em número de votantes, no número global de mandatos e no número de presidências de Câmara e juntas de freguesia", considerou, destacando as vitórias em Funchal, Ponta Delgada, Coimbra, Portalegre e outras vitórias no Alentejo.
Já a vitória em Lisboa foi classificada por Menezes como "a cereja no topo do bolo".
"Façam-se as contas que se fizerem, foi uma vitória histórica e Carlos Moedas é um novo importante protagonista que entra nas contas do poder interno", considerou.
O antigo presidente social-democrata lamentou, por outro lado, o "medíocre resultado" na Área Metropolitana do Porto, embora ressalvando o "resultado honroso" de Vladimiro Feliz no concelho do Porto.
"Finalmente Gaia. O desastre anunciado aconteceu na terceira cidade do país. O pior resultado de sempre. Espero que os dirigentes responsáveis tenham o bom senso de sair definitivamente de cena e dar lugar aos novos", afirmou.
Quando ainda falta atribuir uma câmara, o PSD contabiliza a vitória em 72 autarquias sozinho, a que se somam outras 41 em coligações lideradas pelos sociais-democratas, num total de 113 concelhos.
Há quatro anos, o PSD teve o seu pior resultado autárquico de sempre, que levou à demissão do anterior líder, Pedro Passos Coelho: os sociais-democratas conquistaram 98 presidências (79 sozinhos e 19 em coligação), perdendo um total de oito câmaras em relação a 2013, quando lideravam 106 municípios.